sábado, 16 de julho de 2016
Prazer
Pulsar
disritimado!
Água na
boca, respiração ofegante!
Desejo
correndo no sangue!
A eterna
renovação da experiência do gozo, é insaciável, eu sempre quero mais!
Necessidade
humana, carnalidade vital!
Nada existe
- só eu e o prazer!
Me desfaço
e, depois, me dou conta de que não me desfiz...
Foi tudo
real!
vício
Meu vício vem da falta
Meu vício é porque você falta
Meu vício não me mata
Você sim!
Seu silêncio me angustia
E eu não sei silenciar
Onde isso tudo vai dar?
Aonde eu quero chegar?
É o desencontro que me causa incômodo
O seu muito é pouco pra mim
E o ideal pra mim é impossível de alcançar
Não paro de me perguntar
Onde isso tudo vai chegar
Será que nosso fim vai se(r)parar?
Escrito 1 de abril de 2014.
Free
Ele é alguém que me ensina todos os dias a não colocar gaiolas, nem grades no nosso relacionamento; e, com a leveza que eu sempre quis viver, não me sinto amarrada, nem obrigada a prender.
Se algo me incomoda, só alguns minutos - às vezes horas - e a insegurança da menina vai embora, dando lugar a mulher tentando amadurecer, mas não muito pra não apodrecer.
Eu só posso agradecer, porque com todo seu amor e carinho, ele me fez ver o que antes era impossível de entender: nós somos livres e exatamente por isso escolhemos estar juntos.
Ele me reinventou sem me impor que eu aceitasse suas escolhas, já não temo o futuro porque meu presente é pleno; e com tantas diferenças há razões para estarmos juntos, pois apesar de completos só juntos transbordamos.
"Unifiquei meu corpo ao teu", uni minha alma a tua e, ainda sim, continuo sendo uma, continuo sendo minha, mas por escolha também decido ser sua.
Gratidão
Escrito dia 16 de abril de 2014.
Segundo amor
Eu não sei como, nem porque existe tanto engrandecimento quado o assunto é PRIMEIRO AMOR! Talvez seja por causa de Romeu e Julieta, das princesas da Disney que SEMPRE vivem felizes para sempre com seu príncipe encantado ou das novelas a la Manoel Carlos.
Obvio que o primeiro amor tem seu valor, ousaria dizer que tem um valor imensurável, mas ele não é tudo, não há uma relação que obrigue o primeiro amor a ser o ultimo. Então, se ele desgastou porque não partir pro segundo amor?
Meu segundo amor me faz suspirar da hora que acordo até a hora que vou deitar!
Meu segundo amor me faz reviver o melhor da paixão: meus olhos brilham, meu coração dispara e as borboletas dançam na minha barriga!
Com meu segundo amor me sinto mais madura, menos insegura! O sexo é mais gostoso, as conversas são mais profundas, a troca é mais verdadeira!
E só é assim, acredito eu, porque já amamos antes, já sofremos, já choramos, mas, acima de tudo, tivemos coragem de ir em frente e de mergulhar novamente num mar de incertezas que é o novo.
Foi necessário sair da zona de conforto e entregar todo meu corpo. É essencial se arriscar pra entender o que é amar.
-ar
Eu amo te amar!
Eu amo sentir esse amor vibrar!
Eu amo saber que tem amor no meu sorriso largo
e no brilho do meu olhar!
Eu amo as borboletas no meu estômago que não param de dançar!
Eu amo o nosso amor contemplar
na rua, na cama, em qualquer lugar!
Eu amo do seu lado acordar!
Eu amo quando a gente fuma e fala sem parar,
e decide laricar,
e não para de gargalhar,
e começa a viajar...
Eu amo com você o futuro planejar!
Definitivamente...
Eu amo te amar!
Eu, tu... Nós
Tem eu! Tem tu! Tem nós!
Eu é diferente de tu!
Tu é diferente de eu!
Mas eu encaixo em tu!
E tu encaixa em eu!
Por isso tem nós!
Nós é diferente de tu!
Nós é diferente de eu!
Porque nós é igual a tu mais eu,
entendeu?
Quinta, 10 de julho de 2014
O dia tá frio, nublado, chuvoso...
O clima tá todo muito estranho...
As pessoas exalam palidez...
Não sei se ainda é esse clima pós-eliminação da Copa do Mundo, não sei se é porque todo mundo despertou do sonho de ser campeão no futebol e percebeu que, na realidade, o Brasil não é campeão em nada... Eu só sei que tá tudo muito pálido.
Mas eu acordei colorida e eu não quis me entregar pra esse clima...
Decidi sair do castelo e pode parecer prepotência (que seja!), mas eu saí pra distribuir sorrisos, boa tarde/boa noite... eu saí pra colorir!
To me sentindo diferente... Há pouco tempo atrás eu jamais faria isso!
Olharia o tempo pela janela e pensaria em quanto gostaria de ficar dormindo o dia todo (nos braços dele), em assistir um filme (nos braços dele), em comer brigadeiro e tomar um chocolate quente (junto dele)...
Hoje tá tudo diferente, eu to diferente de tudo e com tanta diferença pulsando meu impulso foi fazer - adivinhe você?! - diferente.
To na rua e não to nos braços dele, to vendo gente, to sorrindo, dando boa tarde, to com vontade de abraçar, de trocar...
To animada pra tudo que programei, to animada por estar diferente, to animada até pros imprevistos que podem surgir...
Hoje eu respirei liberdade, algo tão raro de sentir, hoje eu respirei felicidade e to indo por aí... Quem quiser pode vir eu vou adorar ter você por aqui!
Mesmo nos dias cinzas é possível sorrir e que seja sempre assim!
Amém.
A Paixão Segundo G.H
Um livro que desterritorializa, tira o chão, mexe com os sentidos, cansa...
Não foi fácil!
Livro que me toma e na reciprocidade eu também tomo
me apropriei das palavras que estavam ali,
e as vezes, me permiti não entender!
A barata morreu e a gente renasceu!
As grandes histórias de amor acontecem nos pequenos momentos!
As grandes histórias de amor acontecem na faísca da despedida ou no brilho da chegada...
no quente do beijo e no macio do abraço...
Na carne que queima, no corpo que pulsa...
É no abstrato que o amor acontece
e no não-sentido ele permanece!
A garota do bar da cachaça
A Mem de Sá estava engarrafada!
Te vi do ônibus!
E vc estava lá...
Lindamente solar - acho que tinha um cara do seu lado,
mas seu sorriso ofuscou meu mundo, não deu bem pra reparar !
Também te vi passando a mão pelos cabelos e jogando eles pro lado esquerdo...
E ali eu sabia que nunca mais te veria!
A sexta chegou e pra Lapa eu fui, encontrar uns amigos, ouvir uma música, conversar com uns gringos e até quem sabe mudar os caminhos...
Fila grande no circo,
comecei a procurar conhecidos,
mas por sorte do destino você estava lá, de perto era ainda mais linda, sorrindo com as amigas...
Achei que era viagem da minha mente sequelada por anos de escadaria,
eu não sabia que essa parada de amor a primeira vista acontecia!
Apontei você pra um amigo que prontamente disse: que gostosa!
E ele tinha razão...
Você é toda gostosa e sei que tem um sabor que eu nunca experimentei,
Uma textura que eu nunca provei,
Mas de cara me encantei!
Você em busca de um outro alguém sem querer me olhou, pena que não me notou...
Que delícia aqueles olhos castanhos de pura malícia!
Menina da Lapa promete nunca perder esse seu jeito encantador?
Não cheguei em você,
minha timidez me travou,
você é muita areia pro meu caminhão,
e eu um mero caminhoneiro sonhador! Agora que estou indo dormir escrevo essas palavras que nunca vão chegar em ti!
Só espero que quando eu fechar os olhos você apareça pra mim!
Escrito 25 de setembro de 2014 - Inspirado em mim.
Carnaval
Vejo muita gente ansiosa pro próximo carnaval...
Gente que conta os dias pra festa da carne...
Tolos! Tolos! Tolos!
Ainda não se ligaram que estão enclausurados numa cultura cristã, onde o carnaval são os quatro dias de paganismo permitido.
Quatro dias? Paganismo permitido?
Não me venha com essa que aqui não cola!
Meu carnaval é o ano inteiro, aqui tem festa da carne todo dia, aqui o paganismo vibra!
Tudo é sempre permitido!
Liberte-se do cristianismo!
Escrito 5 de novembro de 2014
Onde eu aperto o botão pra parar?
Parar no tempo, parar de chorar...
Simplesmente parar.
Brincar de crescer... Eu não quero mais!
To pedindo pra sair, por favor, me tira do jogo, me deixa ser café com leite!
Só quero parar!
Vida: pare.
Pare de pegadinhas, pare de me dar falsas esperanças, pare de me pedir o que eu não posso te dar!
A vida continua, eu não!
Eu só quero parar!
Vida... Eu não quero ter o controle sobre vc, nem sobre minhas lágrimas, nem sobre nada!
Estou na carona... Perdi a carona... Fiquei pra trás...
Você pode seguir, vida... Eu sei que você é amiga do tempo e junto dele vocês não param!
Mas eu só quero parar!
Sexo oral
Prezo muito uma boa chupada!
Detesto nojinho e preguiça...
Cai de boca, vem sem medo!
Deguste e sinta todo gostinho da minha buceta!
É tão bom chupar, é tão bom ser chupada (!!!)
3 em 1
Ele...
No fluxo da felicidade,
Renova minha mocidade.
Aflora minha sexualidade.
.
.
.
Amanhã já é domingo...
A semana passa
e eu nem sinto.
Isso é um risco?
.
.
,
O peito aperta;
A lágrima rola;
Insegurança é uma bosta!
Escrito sábado, 10 de março de 2015.
Escrito sábado, 10 de março de 2015.
Clarice me fez gozar
"mas dessa vez não havia sequer o que contar."
Clarice me fez gozar!
Eu sendo mais que eu fui decifrada nas primeiras oito páginas!
Fui ficando sem ar,
respiração ofegante,
não conseguia falar...
Eu também sou lunar,
então comecei a chorar...
O coração úmido transbordou em meus olhos...
Clarice me fez gozar!
Orgasmática como toda Deusa deve ser!
Por causa dela ainda estou sem ar!
Ondas de prazer que não param de reverberar,
como no dia que vi a Baby cantar...
Que um dia eu possa fazer alguém vibrar
com minha arte,
do mesmo jeito que Clarice
me fez gozar!
Como Simone de Beauvoir
Escolho ter poucos e bons amores,
por um dia, ou talvez por uma vida!
Não admito mais a falta de intensidade...
Amor tem que ter profundidade,
não vou banalizar minha sexualidade e minhas vontades.
Quem me tiver
(por um dia ou uma vida)
vai me-ter como se fosse o (re)encontro de almas perdidas
que se unem pra gerar, pra gerir, pra criar
(amor).
E de repente
(algo que se repete)
pensei em nós
Em nós no momento mais nosso
Qnd não tem eu, nem vc:
só nós.
O corpo se esvai e a matéria é só prazer
Um sublime caos,
algo cósmico envolve aquilo que nos tornamos
Uma dança sensorial entre o sutil e corpóreo
Ali, no momento da mais pura...
(entrega) natural.
(entrega) mágica.
(entrega) tântrica.
Eu - você - prazer: nós!
E aí...
Quem é você?
Que me domina a mente, me sufoca, me envolve, me aperta, me machuca, mas eu gosto?!
Eu quero mais! Um vício que eu quero só pra mim!
E aí...
Eu envolvo, agarro, aperto e vício com o meu mel, o mais doce, só pra você...
E aí...
Você fica com medo de perder...
Eu fico com medo de perder
Quem?
O 'nós' que a gente cria e alimenta...
E aí...
A gente para e repensa: O medo é uma grande bobagem, baseada nos padrões escrotos da sociedade e isso não entra mais na nossa bagagem.
E aí...
A gente deixa o medo de lado e vai viver o nosso enlace - sem perdas, sem vícios - só valorizando o que há de mais bonito: O nosso amor infinito.
Oração
Óh! Gatinho de humanas que estás no meu feed
És tão barbudo e tens o sorriso tão lindo
Diz que é de esquerda, mas não pega as minas preta.
Por que tens que bebecar*?
Por que se comporta como um menino mimado, super preocupado com o 'status'?
Eu só queria pedir pra você crescer
É que tá faltando Homem - com H maiúsculo - pra gente comer.
*Bebecar: Verbo para designar homens infantis que se comportam como bebes mimados.
Hoje eu mijei na rua
E estou me sentindo muito bem.
Estava no ônibus, voltando pra casa, um puta engarrafamento no jardim botânico e a vontade de fazer xixi aumentando.
Quando desci no Rio Comprido tava quase me mijando, fui subindo minha rua e percebi que ou arranjava um lugar ou ia fazer nas calças!
Passei por uma rua quase deserta, vi um canteiro com uma árvore enorme e dois carros que me esconderiam perfeitamente bem!
Então eu fui, abri meu short, abaxei e mijei, mijei muito naquela árvore como um homem faria se estivesse com vontade de fazer xixi.
Depois me senti literalmente aliviada: não só pelo xixi, mas pela minha atitude! Sempre aprendi que mulher não faz xixi na rua, já namorei um cara e várias vezes voltando pra casa depois de beber umas (ou todas) ele parava pra fazer xixi "pq não tava aguentando mais", só que eu tb não aguentava, mas não tinha onde ir e ele não tinha generosidade alguma por mim...
EU não podia mijar na rua, tinha que esperar chegar em casa, enquanto ele botava o pau pra fora e tirava a água do joelho numa boa, sem crises.
E dessa vez eu mijei, sem amiga pra fazer cabaninha, sem namorado pra vigiar, sem medo do que iriam pensar.
Nunca imaginei que uma mijada entraria pra minha caixa de desconstruções diárias, mas entrou e só pra frisar:
EU TO MUITO ALIVIADA.
Em. PODER.a(u)mento
Empoderamento é a saída por onde entro!
Empoderamento é a saída por onde termino anos de silêncio!
Empoderamento é o processo, o caminho que também chamo de (re)início.
Você sabe
Você sente que as coisas estão erradas!
A sua rotina não lhe agrada, mas você escolhe continuar com os olhos fechados,
reproduzindo o que é mais fácil, nadando com a corrente,
até porque ser do contra cansa,
dói, machuca...
Mas, no fundo você sabe, que nenhum caminho é feito só de flores e sorrisos.
É preciso sofrer pra crescer.
.
.
.
Ninguém te enganou,
você que preferiu acreditar num molde de ilusões, de ideais...
você que preferiu acreditar num molde de ilusões, de ideais...
Você escolheu não ver o óbvio,
por isso não aceito vitimismo: assuma seus atos, foi você que escolheu o caminho mais fácil
mesmo sabendo que o resultado
não seria o esperado.
por isso não aceito vitimismo: assuma seus atos, foi você que escolheu o caminho mais fácil
mesmo sabendo que o resultado
não seria o esperado.
O meu fluxo de pensamento é mais rápido do que posso processar racionalmente.
Vida, sexo, amigos, drogas, paixão, cultura, política, dúvidas...
Tudo me perpassa, tudo me arrebata e eu deixo fluir...
E esse fluxo eu julgo não ser transparente
(é possível?)
por estar recheado de privações.
São as minhas repressões que bloqueiam todo esse fluxo libertário.
Desconstruir esse mundo na prática é doloroso
e eu sempre acabo por escolher minha zona de conforto
Marasmo... Inércia...
Às vezes eu me sinto uma merda.
E ali mora o verdadeiro artista!
Com suas vidas, seus eus, seus atravessamentos.
Voltei pra cá e resolvi não ficar!
Prefiro viajar num caos cheio de tudo, vazio de contornos e que transborda quando tudo não cabe mais aqui, nem aí...
Só cabe ali... no pulsar do verdadeiro artista
que está no eterno ciclo de se reinventar com o mundo que lhe dão
e com os mundos que ele cria.
Feito 14 de novembro de 2015
Por tudo!
Pelo primeiro olhar, pelo domingo de carnaval!
Por eu ser sua amigona e você ser meu parceiro!
Pelas conversas, pelas trocas, pelas noites sem dormir!
Pela realidade, pela fantasia,
Pelo racional que grita e pelo emocional que chora!
Pelo sorriso sereno, pela sinceridade cruel!
Pelas escolhas, pelos caminhos tortos e desconstruções!
Pela teoria que faz sentido, pela prática que faz sentir!
Pelo jeito, pelo cheiro, pela pele
e por todo desejo!
Por tudo isso e muito mais eu cheguei e fiquei,
eu cresci e escolhi
ficar junto de ti.
Chega
Não aguento mais esquerdomacho com discurso libertário;
Que chega manso, fala bonito, convence a gente de que ser careta não tá com nada
e que amor livre é a parada.
Enegrecendo
Eu tenho experimentado muito fortemente o lugar de mulher negra no Rio de Janeiro, principalmente quando frequento rodas que não tem negrxs, mas se tem a gente é tolerado por uma gente jovem, universitária que frequenta lugares cults/bacaninhas, a dita esquerda festiva que aprendeu no curso de sociologia, história, filosofia, psicologia (...) tudo sobre o processo sócio-politico-histórico dos negrxs, mas não aprendeu nada sobre empatia, a "galerinha legal" que não me aceita, mas me tolera só pra não ser chamado de racista.
Enquanto mulher negra (queria colocar o negra na frente, mas ñ sei pq fica estranho), a princípio hetero, vivo umas experiências que são muito escrotas.
Uma vivência racista diferente daquela que a gente conhece (e pratica diariamente) que vai desde o atravessar pra outra calçada porque o cara (negro) é estranho até o genocídio de negrxs da periferia.
Não estou querendo dizer aqui quem sofre mais racismo - até porque isso não é uma disputa e se fosse eu perdeira fácil - só to dizendo que ele é diferente justamente porque quem é racista comigo, é porque me tolera nos ambientes cult/bacaninhas, de artistas e intelectuais da cidade maravilhosa.
Isso fere muito a auto-estima de uma mulher negra! Ainda mais quando a mulher tá se descobrindo negra como eu to!
Sabe o carinha lindo que ficou olhando enquanto eu tava sambando - a preta sambando (!) - e eu achei que ia rolar alguma coisa? Não rolou! Nenhuma das vezes que a gente se encontrou! Sabe por quê? Porque quando acaba o samba meu corpo, que antes era objeto de desejo (não to falando aqui de ser objetificada - mas de ser interessante pra alguém), agora é o corpo que ele tolera ali do lado dele, que ele rejeita enquanto tá lá beijando a mina branca que fala gratidão e tem o corpo padrão.
Aí o carinha aparentemente legal que aparentemente se interessou por mim, me traz de novo a sensação daquele menino que escroto que eu odiava no colégio pq falava mal do meu cabelo... cor... nariz... de mim...
E tem umas minas também que PQP! Manas meu cabelo não é adereço de carnaval, as vezes eu sinto como se estivesse com uma alegoria na cabeça, parem de falar que ele é lindo seguido de "mas ainda bem que o meu é liso" ou "o bom é que está na moda"! Também parem de achar que eu "tenho sorte porque sou preta e estão vindo vários gringos"...
O mais bizarro é que eu falo enquanto mulher negra, mas que sempre teve privilégios da classe média, que sempre estudou em colégios particulares, que está na segunda graduação pública, que não teve grandes problemas pra arranjar o primeiro emprego, que não tem a pele escura - SIM! ISSO, INFELIZMENTE, AINDA FAZ DIFERENÇA.
Pode parecer mimimi ou que eu to me vitimizando, mas eu to precisando desabafar sobre essa experiência que já se repetiu muitas vezes, porque a cada dia que passa eu vejo o quanto é difícil ser negrx e se afirmar nesse lugar!
Já que ninguém disse que seria facil eu (me) exponho aqui pra dizer que eu vou continuar resistindo, enegrecendo e dessa vez a branquitude de vocês não vai me afogar, antes disso eu engulo todo mundo!
CENSURA NA UFRJ
Quinta, 14 de julho de 2016 aconteceu na UFRJ o festival Educação sem Temer, um evento com uma proposta incrível de ocupar o campus da Praia Vermelha com debates, oficinas, shows...
Quando vi o evento no Facebook uma atração saltou meus olhos: BRAZA - Vc vai se perguntar agora o que seria isso, então vou fazer um parênteses pra explicar:
- Eles eram integrantes do Forfun, uma banda de meninos lindos que começou no início dos anos 2000 que mexia muito com a minha libido adolescente; as músicas, as letras, eles no palco (...) tudo fazia muito sentido pra mim! Fui há muitos shows, já tietei em camarim, já tive sonhos inesquecíveis c eles... ('Cês tão entendendo como eu gostava?). Eu que não ouvia nada deles desde 2014 pensei que seria ótimo revê-los agora com outro nome e aparentemente em outro formato.
Quando li o nome da banda comentei c uma amiga sobre o evento e a presença deles, até duvidamos que seriam eles tocando; um dia depois eles informam na página deles q estariam presente no festival.
A partir de então foi um rebuliço no evento, todos (inclusive eu) queriam saber que horas eles iam tocar, os organizadores tentavam a todo momento mostrar que o evento inteiro era importante, mas o que ficou claro é que eles seriam a atração principal e foram. Fizeram um bom show, mas nada deles fazia mais sentido pra mim - enquanto fã. Dois momentos que foram, pra mim, o ponto alto foi o som que eles fizeram enquanto apresentavam os músicos, inegavelmente eles cresceram muito nesse ponto e ousaria dizer que deveriam se arriscar mais no instrumental, c/ menos voz, s/ letra... Outro momento bonito de se ver foi a roda punk que uns meninos fizeram: parecia um ritual de adoração ao sagrado masculino. Achei lindo!
Depois deles, pra fechar a noite, foi anunciado que as "MULHERES DE BUÇO" iam entrar, eu que tava na dúvida se ficava ou não resolvi continuar quando umas minas começaram a gemer e falar umas putaria no microfone, chamando a galera de volta... Não resisti e fiquei!
Enquanto elas organizavam os instrumentos e microfones eu fiquei hipnotizada: umas mulheres lindas de maiô estampado, meia calça colorida, purpurina e maquiagem bafonica já mostravam que não estavam ali pra brincadeira, eu não tenho dúvidas que o show/performance delas já tinha começado!
Tudo pronto - na medida do possível - e elas começaram a (en)cantar com as letras provocadoras, c/ as dancinhas sensuais, c/ seus corpos presentes...
Pra resumir elas são um grupo de mulheres (maravilhosas, encantadoras, lindas, criativas, artistas, maconheiras, feministas, brancas, pretas, gordas, magras... ou seja, me represntam!) que fazem um teatro-funk dizendo c arte que o lugar da mulher é onde ela quiser, que o corpo é dela e que ela tem todo direito sobre ele; e elas fazem isso de uma forma tão ducaralho, ou melhor DABUCETA, que até esquerdomacho dança.
Pois bem, apesar de serem tão maravilhosas elas foram boicotadas, na terceira ou quarta música os seguranças da UFRJ subiram no palco pra acabar c o show, eles foram prontamente vaiados. Não sei se vi direito, mas tive a impressão do segurança ter tirado a baqueta da mão da baterista.
Enfim... elas resistiram enquanto puderam, cantaram suas músicas sem microfone e a galera ia junto, pq tava todo mundo indignado com a situação, eles apagaram as luzes do palco e elas continuaram e a gente tb, até que o "reforço" chegou e ao que me parece elas foram terminar a noite na delegacia.
Quando elas desceram do palco não me contive e fui falar com uma das cantoras, dei um abraço nela e enquanto mulher e artista só pude dizer um sincero "muito obrigada" e ela me respondeu c lágrimas nos olhos "ESTAMOS JUNTAS", tb chorei e a abracei de novo!
Parece que o problema era o som aquela hora da noite, se não me engano por volta de uma e pouca da manhã. Então me questionei pq não interromperam o show dos meninos do BRAZA? Pq não reduziram o show deles? Pq não tiraram eles do palco? Não tenho dúvidas de que o problema não foi só a hora não.
Quando vi o evento no Facebook uma atração saltou meus olhos: BRAZA - Vc vai se perguntar agora o que seria isso, então vou fazer um parênteses pra explicar:
- Eles eram integrantes do Forfun, uma banda de meninos lindos que começou no início dos anos 2000 que mexia muito com a minha libido adolescente; as músicas, as letras, eles no palco (...) tudo fazia muito sentido pra mim! Fui há muitos shows, já tietei em camarim, já tive sonhos inesquecíveis c eles... ('Cês tão entendendo como eu gostava?). Eu que não ouvia nada deles desde 2014 pensei que seria ótimo revê-los agora com outro nome e aparentemente em outro formato.
Quando li o nome da banda comentei c uma amiga sobre o evento e a presença deles, até duvidamos que seriam eles tocando; um dia depois eles informam na página deles q estariam presente no festival.
A partir de então foi um rebuliço no evento, todos (inclusive eu) queriam saber que horas eles iam tocar, os organizadores tentavam a todo momento mostrar que o evento inteiro era importante, mas o que ficou claro é que eles seriam a atração principal e foram. Fizeram um bom show, mas nada deles fazia mais sentido pra mim - enquanto fã. Dois momentos que foram, pra mim, o ponto alto foi o som que eles fizeram enquanto apresentavam os músicos, inegavelmente eles cresceram muito nesse ponto e ousaria dizer que deveriam se arriscar mais no instrumental, c/ menos voz, s/ letra... Outro momento bonito de se ver foi a roda punk que uns meninos fizeram: parecia um ritual de adoração ao sagrado masculino. Achei lindo!
Depois deles, pra fechar a noite, foi anunciado que as "MULHERES DE BUÇO" iam entrar, eu que tava na dúvida se ficava ou não resolvi continuar quando umas minas começaram a gemer e falar umas putaria no microfone, chamando a galera de volta... Não resisti e fiquei!
Enquanto elas organizavam os instrumentos e microfones eu fiquei hipnotizada: umas mulheres lindas de maiô estampado, meia calça colorida, purpurina e maquiagem bafonica já mostravam que não estavam ali pra brincadeira, eu não tenho dúvidas que o show/performance delas já tinha começado!
Tudo pronto - na medida do possível - e elas começaram a (en)cantar com as letras provocadoras, c/ as dancinhas sensuais, c/ seus corpos presentes...
Pra resumir elas são um grupo de mulheres (maravilhosas, encantadoras, lindas, criativas, artistas, maconheiras, feministas, brancas, pretas, gordas, magras... ou seja, me represntam!) que fazem um teatro-funk dizendo c arte que o lugar da mulher é onde ela quiser, que o corpo é dela e que ela tem todo direito sobre ele; e elas fazem isso de uma forma tão ducaralho, ou melhor DABUCETA, que até esquerdomacho dança.
Pois bem, apesar de serem tão maravilhosas elas foram boicotadas, na terceira ou quarta música os seguranças da UFRJ subiram no palco pra acabar c o show, eles foram prontamente vaiados. Não sei se vi direito, mas tive a impressão do segurança ter tirado a baqueta da mão da baterista.
Enfim... elas resistiram enquanto puderam, cantaram suas músicas sem microfone e a galera ia junto, pq tava todo mundo indignado com a situação, eles apagaram as luzes do palco e elas continuaram e a gente tb, até que o "reforço" chegou e ao que me parece elas foram terminar a noite na delegacia.
Quando elas desceram do palco não me contive e fui falar com uma das cantoras, dei um abraço nela e enquanto mulher e artista só pude dizer um sincero "muito obrigada" e ela me respondeu c lágrimas nos olhos "ESTAMOS JUNTAS", tb chorei e a abracei de novo!
Parece que o problema era o som aquela hora da noite, se não me engano por volta de uma e pouca da manhã. Então me questionei pq não interromperam o show dos meninos do BRAZA? Pq não reduziram o show deles? Pq não tiraram eles do palco? Não tenho dúvidas de que o problema não foi só a hora não.
Manas essa reação ao trabalho de vocês era de se esperar! Vcs são a vanguarda, tão além do que chamam de pós-moderno, vcs retomam os ritos sagrados da deusa, bebem do vinho de Dionísio e tem lugar reservado na fogueira da eterna inquisição, mas isso só mostra que vocês estão indo pelo caminho certo! Nosso (sim! Nosso pq me sinto uma de vcs) movimento é pra q nenhuma bruxa seja novamente queimada, que nenhuma mulher seja mais espancada, abusada, violentada e/ou estrupada pra que as trans se sintam representadas, pra que as raxa/sapa não sejam apontadas, nem as "afeminadas" sejam discriminada e também pros macho refletirem sobre suas atitudes tão dadas e portanto não problematizadas.
Vocês cutucaram a onça com vara curta e rapidamente aquele espírito de 68 (CENSURA) que tudo via apareceu pra acabar com a nossa festa, escancarando assim que a ditadura não acabou, que o patriarcado não caiu e que a Idade Média com suas pestes e caça às bruxas tá mais presente do que imaginávamos,
Ninguém vai nos calar, podem desligar o microfone que juntas, numa só voz, vamos ensurdecer a família tradicional, o conservadorismo religioso, os machistas e facistas reacionários tão bem representados por Cunhas e Bolsonaros.
Ninguém vai nos calar, podem desligar o microfone que juntas, numa só voz, vamos ensurdecer a família tradicional, o conservadorismo religioso, os machistas e facistas reacionários tão bem representados por Cunhas e Bolsonaros.
Eu amo vocês! ♡
Aqui você encontra...
Um pouco de mim e do que fica pulsando aqui dentro;
Palavras sem sentidos;
Poesias sem rima;
Reflexões cannabicas;
Pirações adocicadas;
Vômito pós-bebedeira;
Discurso feminista e de esquerda;
Louvação à BUCETA;
Palavras sem sentidos;
Poesias sem rima;
Reflexões cannabicas;
Pirações adocicadas;
Vômito pós-bebedeira;
Discurso feminista e de esquerda;
Louvação à BUCETA;
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